Menos saúde, mais repressão: as prioridades no combate às drogas no Brasil estão mudando

O investimento do governo federal em políticas de drogas caiu drasticamente nos últimos anos: em 2017, passou de mais de R $ 1,8 bilhão em 2017 para 75% menor no último ano do governo de Michel Temero e no primeiro ano do Bolsonaro de Jair.

Esses dados fazem parte de uma pesquisa inédita realizada por pesquisadores do Institute of Applied Economic Research. Eles analisaram os gastos do governo federal nessa área em vários ministérios durante 15 anos.

No governo federal, os gastos com política de drogas incluem ações em várias frentes: coordenação da política nacional de drogas, repressão ao tráfico internacional de drogas, atenção à saúde dos usuários, política educacional para prevenção e compra de leitos em comunidades terapêuticas.

Além das constatações sobre a queda geral dos gastos com políticas de drogas, uma análise da distribuição dos recursos entre essas diferentes áreas também revela uma mudança na lógica dessa política no Brasil.

Nos últimos anos, houve redução do financiamento do Ministério da Saúde responsável pela política de atenção à saúde dos usuários, sendo encontrado valor recorde nos recursos alocados ao Ministério da Justiça responsável por medidas repressivas.

O contexto de um orçamento cada vez mais apertado da União ajuda, em geral, a explicar a redução das despesas com a política de drogas. No entanto, o cenário de aperto também revela as prioridades traçadas pelo Coordenador de Justiça, Cidadania e Segurança Pública do Ipea Alexandre Cunha, responsável pelo levantamento.

“Isso reflete prioridades, mesmo em um contexto de redução, que nunca é linear. Algumas políticas sofreram cortes significativos, como a saúde mental. Os outros foram reprimidos”, confirmou.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57057664

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